Nas últimas semanas foram observadas diversas intervenções de governos espalhados pelo globo, impedindo saídas de mercadorias de suas fronteiras. De proibições de exportações de determinados produtos ao “desaparecimento” de mercadorias já em transporte. As ações coordenadas pelo G20 aparentemente ficaram restritas ao âmbito econômico, deixando um espaço aberto para ações descoordenadas entre os países. Um legítimo salve-se quem puder.
Não é de hoje que observamos governos interferindo nas operações e no dia-a-dia do comércio internacional. O que chama atenção dessa vez são os protagonistas, não são países com uma tendência mais autoritária e mesmo assim estão tomando medidas drásticas. A situação é tão grave, que inclusive os maiores defensores da “liberdade” e do livre comércio estão se mobilizando. Afinal o problema não é mais em algum país distante, e sim doméstico. Logo medidas extremas parecem ser a única saída para os governantes.
Essas medidas fazem com que o fluxo natural do comércio internacional dê espaço ao caos de um leilão mundial por suprimentos. Obviamente, o mercado mais afetado nesse momento é o de produtos médicos e hospitalares. Tudo isso colabora para que o fluxo de produtos escoe para países com maior poder econômico. Algo que não deveria chamar atenção no mundo capitalista, o questionamento aqui é maneira como isso está acontecendo no dia-a-dia.
Talvez os únicos beneficiados por isso sejam os fabricantes, mas até que ponto? Pois como podemos perceber, a COVID19 é uma doença com um potencial altíssimo de contaminação, então resolver o problema apenas dos países desenvolvidos não resolve o problema todo. É preciso que as ações sejam coordenadas, pois como podemos observar na China, país que foi primeiramente impactado, hoje os casos novos são decorrentes principalmente de chineses que estão voltando para o seu país.
Minha dúvida quanto ao período de adaptaçao da sociedade ocidental, a esta realidade funcional colocada em práctica devido a ultima pandemia, reside na idiossincracia das relaçoes humanas orientais e na disciplina de um sistema executivo longe de ser democrático. Robos programados para prestar serviços que em muitos países ainda precisam ser realizados por seres humanos, que precisam trabalhar para sobreviver.