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PROJETO CIDADES SEGURAS - CHINA.

Atualizado: 19 de out. de 2023



O crescimento econômico anda de mãos dadas com a urbanização. Neste sentido, o governo chinês tem planos de reestruturar a sua nação, transferindo 250 milhões de pessoas do campo para as cidades até 2025, para garantir um maior crescimento econômico.

No entanto, a rápida urbanização tem o seu preço. A China foi forçada a enfrentar dificuldades crescentes típicas de um país em desenvolvimento:

  • garantir a segurança e a proteção de pessoas e bens;

  • reduzir a taxa de criminalidade;

  • a acessibilidade da habitação;

  • aliviar o congestionamento do tráfego;

  • combater o agravamento da poluição e

  • otimização da eficiência energética.

Segundo Derek Tan, Diretor de Soluções Integradas, da Tyco International, "Todas estas questões representam ameaças à segurança social, econômica e política se não forem geridas de forma adequada”.

Até 2050, quase 70% das pessoas no mundo viverão em áreas urbanas, de acordo com as Nações Unidas, e 90% do crescimento da população global deverá ocorrer na Ásia e na África.

Tal como a Grande Muralha da China, que foi construída para defender o país dos seus inimigos externos, o programa Cidades Seguras foi pensado para defender a China de ameaças internas (por exemplo, crime, terror, desastres naturais e provocados pelo seres humanos). Assim, centenas de cidades chinesas estão construindo suas plataformas urbanas seguras, agregando a Internet, câmaras de videovigilância, celulares, dados de localização GPS e tecnologias biométricas em meta-sistemas centrais de TIC.


Cidades Seguras como Solução.


A construção de cidades seguras na China remonta a 2003, com quatro cidades piloto: Pequim, Jinan, Hangzhou e Suzhou. Desde então, esses projetos aumentaram em complexidade e escopo. Do ponto de vista dos operadores comerciais de cidades seguras da China, a construção de cidades seguras pode ser dividida em quatro fases:

  • infraestrutura básica;

  • integração de rede;

  • aplicações de alto nível e

  • integração de todas essas aplicações – utilizando Inteligência Artificial (AI) e Big Data.

O governo chinês lançou um programa abrangente a nível nacional destinado a melhorar as infraestruturas de segurança pública em 650 cidades com tecnologia de ponta, o que gradualmente se desenvolveu no que hoje é conhecido como projetos de cidades seguras. "Muitos estão começando a gerenciar essas questões aproveitando a coleta de Big Data para fornecer insights e análises sobre as causas, a extensão, as tendências e as previsões desses desafios. Com a escala e a complexidade dessas questões nas megalópoles, a vantagem de aproveitar a tecnologia é clara para todos", afirma Derek Tan.

O enorme investimento governamental resultante em infraestruturas urbanas seguras tornou-se o maior motor de crescimento no setor de segurança e este, tornou-se o principal mercado vertical para equipamentos de vídeo vigilância, segundo Tan.

Essa mudança reflete a necessidade de aproveitar, gerenciar e armazenar efetivamente informações obtidas de câmeras de vigilância por vídeo e dispositivos de captura de imagem, além de eliminar a necessidade de visualização manual quadro a quadro de feeds de vigilância por vídeo. "Os projetos de cidades seguras da China enfrentam a necessidade de aplicações que possam gerenciar com eficiência enormes volumes de informações complicadas de vídeo vigilância produzidas pelas cidades seguras da China", disse Sher Ye, Diretor de Marketing de Novas Mídias da KEDACOM. “Os sistemas de monitoramento atuais precisam ser sistemas operacionais eficientes que possam discernir automaticamente conteúdos de imagens relevantes e exportar essas informações valiosas para o usuário”.

Atualmente a China tem o maior sistema de vigilância. É resultado de um substancial investimento em câmeras (CCTV) instaladas ao longo dos anos 2000 a 2022 cobrindo o país com uma densa rede de comunicação que deve ter hoje por volta de mais de 300 milhões de câmeras e ainda está expandindo. Esta rede nacional chamada de SkyNet é uma plataforma que congrega reconhecimento facial, sensores e outras ferramentas disponíveis para o Ministério de Segurança Pública.

Embora a concepção do projeto tenha sido “Projetos Cidades Seguras”, o conjunto de informações obtidas e cruzadas a partir de AI proporcionaram a utilização para outras finalidades não só relacionadas com a segurança: estacionamento, transportes/mobilidade, iluminação pública, gestão de resíduos, rede de água e energia etc. Assim, cidades seguras são também cidades inteligentes. A Lantau publicou um artigo específico sobre isto “Cidades Inteligentes ou Cidades de Vigilância”

No futuro, o modelo de cidades seguras/cidades inteligentes da China provavelmente diferirá ainda mais das cidades inteligentes dos EUA e da Europa, por diversas razões contextuais. Em primeiro lugar, porque a tendência na Europa e de outros países ocidentais é no sentido de uma maior regulamentação sobre a coleta e utilização de dados, em contraste com o contexto chinês, mas sobretudo porque as contínuas tensões comerciais entre os EUA e a China já têm consequências diretas nas exportações da China de dispositivos tecnológicos (câmeras de vídeo vigilância) e infraestrutura de rede (5G) que são o coração do desenvolvimento de cidades seguras/cidades inteligentes. As tensões comerciais já conduziram a tensões tecnológicas e a rivalidade entre os EUA e a China moldará a forma como as cidades se desenvolvem a nível mundial. É improvável que as cidades inteligentes sejam capazes de combinar as tecnologias chinesas e norte-americanas no futuro. De certa forma, todas as atuais áreas de concorrência entre a China e os EUA – 5G, IA, Big Data – estão no quadro das cidades inteligentes. As cidades inteligentes já se tornaram o novo campo de batalha da competição China-EUA.

 

Referências:





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