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A ascensão da tecnologia chinesa

Desde a virada do ano as empresas de tecnologia chinesas estão cada vez mais presentes nos noticiários. Alibaba, Tencent, Huawei, Didi, Xiaomi, etc. já são nomes conhecidos no ocidente. E a ascensão dessas empresas têm sido cada vez mais notada pela mídia fora da china, fato esse que, nos olhos de alguns pode colocar em xeque a posição dominante do ocidente no setor tecnológico.

A dinâmica e escala do mercado interno chinês propicia o surgimento de empresas como as mencionadas acima. Empresas essas que, num primeiro momento, podem parecer estranhas ao consumidor fora da china, mas que são essenciais para a população daquele país. E graças a essa dependência as empresas crescem rapidamente. Um exemplo recente dessa dinâmica é a empresa Tencent, responsável pelo super app WeChat. Que recentemente superou o valor de mercado do Facebook. Listada na bolsa de Hong Kong, a empresa chegou a ser avaliada em US$ 664,50 bilhões de dólares, contra US$ 656,15 bilhões de dólares da empresa americana. Se você não conhece o WeChat segue um exemplo de sua importância. Se você está na China e não possui o WeChat é como estão no Brasil e não ter no celular apps como: Ifood, Uber/99, Whatsapp, Facebook, Instagram, etc. e muitos outros aplicativos “essenciais”.


Outra prova desse movimento ascendente é observada nos mercados de capitais. Recentemente, a bolsa de Hong Kong lançou um novo index composto pelas maiores empresas chinesas de tecnologia. O Hang Seng Tech index é composto por 30 empresas todas do setor de tecnologia. As cinco empresas mais representativas do index são: Alibaba, Tencent, Meituan Dianping, Xiaomi e Sunny Optical. Além do crescimento dos resultados das empresas de tecnologia durante o período de isolamento social, a tensão crescente entre China e Estados Unidos têm sido outro fator que contribui para a criação desse novo index. Gigantes chinesas como JD.com (concorrente da Alibaba) e a Netease, veteranas da bolsa de tecnologia americana, optaram por uma segunda listagem em Hong Kong nos últimos meses.


Parece que o centro de gravidade do setor de tecnologia está, cada vez mais, se afastando dos Estados Unidos e se aproximando da China. Provocando uma série de ações principalmente por parte dos americanos, que nesse sentido estão “perdendo força”. As tensões entre as duas maiores economias mundiais já foi abordado diversas vezes em nossos artigos. Falar sobre o banimento da Huawei por exemplo seria redundante e “notícia velha”. O capítulo mais novo dessa novela tem como protagonista o TikTok.


Se você não é familiar com esse aplicativo, o TikTok é um produto da empresa chinesa ByteDance. O aplicativo de entretenimento é focado em vídeos curtos (de até 60 segundos). Durante o período de isolamento social cresceu de maneira vertiginosa, hoje conta com aproximadamente 2 bilhões de usuários.


As últimas notícias são que o governo americano pode banir o aplicativo do seu território, a menos que alguma empresa compre a operação americana do aplicativo. O discurso radical do governo Trump tem como fundamento a suposição que o TikTok seria uma ferramenta de espionagem do governo de Beijing, e que colocaria em risco os dados dos cidadãos americanos. A possibilidade do banimento causou apreensão tanto em usuários quanto em funcionários da empresa, provocando uma onda de postagens na própria plataforma com tom de despedida dos seus criadores de conteúdo. A repercussão foi tamanha que a imprensa estatal chinesa chamou o movimento americano de roubo. O ministério de relações exteriores chinês reforçou o discurso do China Daily. Podemos esperar uma resposta do governo central de Beijing nos próximos dias, como no caso dos fechamento dos consulados no mês de Julho.


A ascensão da tecnologia está provocando mudanças nos cenário internacional, e com isso novas tensões estão emergindo. É de se esperar que com o aumento da representatividade da tecnologia chinesa no cenário internacional novos embates ocorram. Algo que fica claro com esses movimentos defensivos dos americanos é que o crescimento chinês no setor de tecnologia é algo importante e não pode ser ignorado.



Referências


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