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O sorgo brasileiro conquista a China e a guerra comercial abre novas portas.

  • Lantau
  • 25 de set.
  • 3 min de leitura
Fonte: Click Petróleo e Gás.
Fonte: Click Petróleo e Gás.

O Brasil firmou um acordo inédito para exportar sorgo para a China, um movimento que abre novas e importantes oportunidades para o agronegócio brasileiro. A China é o maior importador global de sorgo, com uma demanda anual que pode chegar a 7,9 milhões de toneladas, o que representa cerca de 81% do total mundial.

Até recentemente, os Estados Unidos eram o principal fornecedor de sorgo para a China, chegando a importar quase 90% das exportações dos EUA.

No entanto, com a escalada da guerra comercial sob a administração de Donald Trump, a situação mudou drasticamente. Os EUA impuseram tarifas sobre produtos chineses e a China retaliou com tarifas elevadas sobre produtos agrícolas americanos, incluindo o sorgo.

As tarifas de 125%, sobre o sorgo importado dos EUA praticamente paralisou o comércio, causando uma queda drástica nas exportações americanas e gerando incerteza para os agricultores.

Até julho deste ano, os EUA enviaram à China apenas 82 mil toneladas, queda de 97% em relação ao mesmo período anterior, segundo o U.S. Census Bureau.

A retaliação chinesa, juntamente com o protecionismo dos EUA, teve um impacto direto nos agricultores americanos. Muitos deles, que já enfrentavam um mercado incerto, foram forçados a buscar alternativas, enquanto o governo americano implementou programas de auxílio financeiro para tentar compensar as perdas.

Essa ruptura na cadeia de fornecimento abriu uma oportunidade para outros países produtores, como o Brasil, a Austrália e a Argentina, entrarem no mercado chinês. A busca da China por diversificar seus fornecedores se tornou uma prioridade para garantir a segurança alimentar do país, e é nesse cenário que o Brasil emerge como um parceiro estratégico.

A China abriu mercado para o sorgo brasileiro no ano passado com a visita do presidente Xi Jinping a Brasília.

No início de agosto uma delegação chinesa, em visita ao Brasil, se reuniu com produtores de sorgo.

Segundo Eduardo Henrique Porto Magalhães, coordenador de inspeção e certificação fitossanitária internacional do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a Administração Geral de Alfândega da China (GACC) escreveu ao Brasil dizendo que seu sorgo está “apto” para embarque.

“Agora os próximos passos são o cadastro das empresas brasileiras, das exportadoras e produtoras que têm intenção de exportar para a China. Nós fizemos uma primeira rodada de cadastro dessas empresas e já vamos submeter para a China”, disse Magalhães.


O que é sorgo?


O sorgo é um cereal da família das gramíneas, a mesma do milho, trigo, arroz e cana de açúcar. Ele é o quinto cereal mais cultivado no mundo e se consolida como uma alternativa competitiva ao milho no Brasil, especialmente na safrinha (segunda safra cultivada após a colheita da safra principal). Ele exige menos água e apresenta boa produtividade, o que o torna uma opção atrativa para os agricultores. A abertura do mercado chinês serve como um forte incentivo para que os produtores brasileiros invistam e expandam a produção de sorgo, diversificando suas culturas e aumentando a rentabilidade.


Plantação de sorgo.              Fonte: Portal Agro Mais.
Plantação de sorgo. Fonte: Portal Agro Mais.

Na China, ele é usado principalmente para a produção de ração animal e, em menor escala, para a fabricação de uma bebida alcoólica tradicional chamada Baijiu. No Brasil, o sorgo também tem sido utilizado como insumo para biocombustíveis e até mesmo como cobertura de solo, o que demonstra o potencial para fortalecer toda a cadeia produtiva, desde o campo até a indústria.

De acordo com a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de sorgo brasileira atingiu 4,4 milhões de toneladas métricas na safra 2023/24. O volume é o dobro registrado há poucos anos. Apesar desse crescimento, as exportações do país ainda representam menos de 1% do comércio global. Portanto, a abertura do mercado chinês poderá expandir significativamente a demanda.

Segundo Pedro Ottoni, diretor da Aliança Internacional do Milho, a demanda de sorgo da China impulsionará o plantio no Brasil. Para ele, o país tende a assumir papel de destaque no cenário global. Além disso, a diversificação de mercados reduz a dependência de exportações concentradas em milho e soja, fortalecendo a competitividade agrícola nacional.

A abertura do mercado chinês cria oportunidades para produtores, exportadores e toda a cadeia do agronegócio. Esse movimento reforça a estratégia de internacionalização da produção agrícola brasileira.

Referências:





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