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A potência econômica da China central.

Atualizado: 31 de jul. de 2023


Fonte: GoogleMaps

Quando falamos das grandes metrópoles chinesas, nomes como Pequim, Xangai e Hong Kong vem na cabeça. Alguns até pensam em Shenzhen, a famosa metrópole do sul da China que passou de uma simples vila de pescadores para o centro manufatureiro de 90% de todos os celulares do mundo em apenas 40 anos. Embora esses sejam realmente nomes de peso, é menos conhecida a região da China central, lar de duas cidades que em nada perdem para às citadas anteriormente e que estão no centro da política vigente do Governo da China conhecida como “Economia de Dupla Circulação''.

Estamos falando de Chengdu e Chongqing e vamos mergulhar nos planos do Governo para o desenvolvimento dessa região, plano esse, que ficou conhecido como “Chengdu-Chongqing Economic Circle”.



Panorama geral

O “Chengdu-Chongqing Economic Circle” foi lançado em outubro de 2021 e envolve a cidade Chengdu 成都 (capital da província de Sichuan 四川), 21 distritos de Chongqing 重庆 e 14 cidades de Sichuan. Apenas essa região representa um PIB de $1 trilhão de dólares, com uma população de 96 milhões de pessoas e uma área na faixa dos 185.000 KM².

A região se tornou um dos focos das novas políticas de Dupla Circulação pelo seu potencial econômico e por uma antiga luta da China de equiparar os níveis de desenvolvimento de suas áreas costeiras com o oeste do país, região que, historicamente, sempre apresentou índices mais baixos de desenvolvimento, devido ao acesso difícil e a distância com os outros grandes centros.

A essência do plano é integração regional, criando uma espécie de ecossistema de interdependência que potencialize o que cada área tem de melhor.

Chongqing, por exemplo, deve se tornar um centro nacional de manufatura avançada e também o centro financeiro do oeste da China, assim como um hub internacional de transporte. Já Chengdu, tem como objetivo tornar-se um centro econômico com foco em gestão e planejamento de indústrias de alta tecnologia, além de serviços e um polo cultural, dando suporte à indústria pesada na cidade vizinha.

A meta para término do projeto é 2035 e também devemos ver um reduzido custo institucional para as empresas que se estabelecerem na região, além de uma integração com as FTZ’s (Free Trade Zones) locais já existentes, facilitando a entrada de capital estrangeiro.


Fonte: https://home.hktdc.com/

Indúsrias-alvo


Em termos de indústria, o foco será em computadores, comunicação e outros equipamentos eletrônicos em geral, que já são a base da indústria local. Esses setores já representam 24,3% e 29,1% da produção industrial de Chongqing e Chengdu respectivamente.

No setor de serviços, empresas do setor financeiro terão uma grande abertura, já que o setor hoje, já cobre 8,9% e 11,9% dos PIBs das duas cidades.

Por último, vale destacar o potencial para desenvolvimento de negócios na área de energias renováveis que a região apresenta. Chongqing abriga a maior usina hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, e a região está situada próximo à nascente do rio Yangtze, um dos dois principais rios da China. O que isso significa? Simples. A região terá muita pressão para manter ações de preservação ambiental no centro de suas políticas, além das características geográficas necessárias para o desenvolvimento de novos negócios no setor.


Conclusão


O governo chinês, historicamente, sempre teve muita preocupação no desenvolvimento do oeste do país. Essa preocupação visa, acima de tudo, diminuir o fluxo de pessoas para os grandes centros das regiões costeiras e gerar problemas urbanos, muito bem conhecidos no Brasil. Dessa forma, esses planos objetivam potencializar vantagens específicas de cada região, de cada cidade, para que a economia local se desenvolva de forma sustentável e sólida.

No caso do “Chengdu-Chongqing Economic Circle”, acreditamos que as indústrias citadas acima terão muito espaço e incentivos para se desenvolverem, gerando um grande número de oportunidades para os que souberem aproveitar.


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