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Como a China trouxe quase 200 milhões de alunos de volta às aulas


três crianças chinesas chegando na escola
Crianças chinesas na volta às aulas | Fonte: Xinhua News Agency / Contributor / Getty Images

Quando a pandemia do coronavírus iniciou, escolas ao redor do mundo fecharam suas portas para ajudar a desacelerar a propagação da doença, uma decisão que impactou 1,4 bilhão de estudantes em todo o mundo.


Ainda levará meses até que todas as escolas reabram. Mas em alguns lugares, onde as taxas de infecção caíram significativamente, as escolas estão começando a ter aulas novamente, tomando uma série de medidas de precaução para fazer isso com segurança.


Na China não foi diferente. Foram utilizados os mesmos protocolos adotados em países da Europa e em outros lugares onde as escolas reabriram recentemente. Os diretores estão instruindo alunos e professores a manter distância dentro das salas de aula, embora a disposição dos assentos permaneça basicamente a mesma. Os professores estão tentando manter os alunos separados por série, designando rotas e entradas específicas para grupos de diferentes idades para evitar aglomeração. As máscaras, em boa parte das cidades chinesas, são opcionais nas salas de aula para alunos e funcionários. Na capital Pequim as máscaras na sala de aula são obrigatórias.


A China manteve o mesmo rigor e controle com que combateu a pandemia. Os alunos e funcionários em áreas onde os surtos haviam sido relatados anteriormente, ou que viajaram para áreas consideradas de risco, foram obrigados a mostrar os resultados do teste de coronavírus antes do início das aulas. A direção das escolas solicitou aos alunos que evitassem saídas desnecessárias além da ida à escola, embora seja improvável que a regra seja aplicada. Os alunos também são desencorajados a falar enquanto comem.


Para manter o comando e controle, o Partido Comunista mobilizou batalhões de funcionários locais e quadros do partido para inspecionar salas de aula, implantou aplicativos e outras tecnologias para monitorar alunos e funcionários e restringiu seus movimentos.


Em Pequim, os alunos são obrigados a preencher uma pesquisa em um aplicativo que calcula o risco de infecção de uma pessoa. Os alunos só podem entrar nas escolas se o aplicativo indicar que estão bem de saúde.


Alguns alunos em Pequim também receberam termômetros pessoais e são obrigados a medir a temperatura duas vezes por dia enquanto estão na escola.


Em algumas escolas em Xangai e Pequim, os alunos têm assentos no refeitório e as mesas são espaçadas ao menos um metro de distância. Em outras escolas os refeitórios estão fechados e os alunos comem na sala de aula.


No leste da China, os alunos recebem chapéus para usarem com um metro de largura, para lembrá-los de manter uma distância segura dos outros.


No Japão, Taiwan e também na China, os funcionários estão medindo a temperatura dos alunos antes de entrarem nos prédios da escola. Crianças com febre são mandadas para casa.


As máscaras são obrigatórias nas dependências das escolas, porém, nas salas de aulas são opcionais, como já mencionado.


Os alunos são estimulados pelos professores e funcionários a lavar as mãos a cada hora. Sempre que possíveis às aulas são ministradas ao ar livre.


Muitas escolas, porém, já começam a ter falta de funcionários e recursos, e os educadores dizem que estão lutando para manter uma longa lista de tarefas de controle do vírus. Alguns professores estão acordando às 4 da manhã apenas para revisar os protocolos.


No início de setembro, quase 2.000 alunos se reuniram para o início das aulas na Hanyang No. 1 High School em Wuhan, a cidade chinesa onde o surto surgiu pela primeira vez.

A equipe médica ficou de guarda nas entradas da escola, medindo as temperaturas. Os funcionários administrativos revisaram os históricos de viagens dos alunos e os resultados dos testes de coronavírus.

alunos das universidades chinesas enfileirados
Volta às aulas na China - alunos do ensino médio | Fonte: Chinatopix, via Associated Press

Nas universidades públicas, que atendem a cerca de 33 milhões de alunos entre chineses e estrangeiros, os alunos precisaram passar por testes do COVID-19 menos de uma semana antes da data de retorno proposto, não ter viajado para o exterior ou contatado pessoas que voltaram do exterior nas últimas duas semanas, ou ainda viajado para as regiões consideradas de alto risco. Eles tiveram que mostrar QR Code “verdes” de saúde em seus celulares.


Os alunos que retornarão ao campus antes de terem os resultados do teste foram colocados em quarentena em uma área designada do campus. O que tem gerado muita revolta entre os universitários.


De várias maneiras, a China está aplicando o mesmo modelo pesado para reabrir escolas e universidades que usou para controlar o vírus.


Para interromper a epidemia, as autoridades impuseram bloqueios severos e implantaram tecnologias invasivas para rastrear os residentes, aumentando a raiva pública em alguns lugares e as preocupações com a privacidade e as liberdades civis.


Com as escolas, o esforço do governo encontrou frustrações semelhantes. Os professores, que às vezes atuam como trabalhadores médicos, verificando se há febres e isolando alunos doentes, dizem que estão exaustos com os novos protocolos. Os alunos reclamaram que algumas políticas, como o bloqueio nos campus universitário, é excessiva.


Algumas medidas vão ainda mais longe, ampliando o escopo do que normalmente se espera dos educadores do país. O Ministério da Educação, ordenou que escolas ajudem os alunos a lidar com o estresse e o trauma da pandemia, oferecendo-lhes aconselhamento.

Apesar do incômodo de algumas restrições, muitas famílias apreciam a retomada das aulas. Depois de meses dando aulas improvisadas em suas salas de estar e importunando seus filhos sobre jogar muitos videogames, os pais ficam aliviados por poder mandá-los de volta às aulas e aos programas de reforço escolar.


“A escola está aberta, e estou muito animado e feliz”, disse Li Xinnuo, da sexta série, a uma emissora de rádio em Wuhan. “Posso ver meus colegas de classe, que não vejo há muito tempo.”


 

Referências:

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