De IA à Agricultura: Brasil e China assinam acordos cruciais na CELAC.
- Lantau
- 24 de jun.
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A relação estratégica entre Brasil e China foi reforçada na reunião da CELAC (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) 2025, realizada em 13 de maio, com a assinatura de 20 acordos de cooperação em áreas vitais como agricultura, ciência, tecnologia e finanças. Outros 16 acordos foram anunciados, aguardando formalização, conforme informações da Presidência da República.
Após a cerimônia de recepção, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve reuniões com Zhao Leji, presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, e com o primeiro-ministro, Li Qiang. Posteriormente, Lula e sua equipe se reuniram com o Presidente da China, Xi Jinping.
Durante as negociações, Xi Jinping destacou a importância de intensificar os contatos bilaterais em todos os níveis, propondo uma articulação mais ativa da iniciativa chinesa "Um Cinturão, Uma Rota" com a estratégia de desenvolvimento brasileira. Ele ressaltou áreas cruciais para a cooperação, incluindo agricultura, energia, espaço, economia digital, inteligência artificial e infraestrutura. Xi Jinping também enfatizou que, como grandes países em desenvolvimento no Oriente e Ocidente, China e Brasil devem fortalecer a coordenação em plataformas internacionais como a ONU e o BRICS.
Por sua vez, Lula reafirmou que as relações entre Brasil e China são alicerçadas no respeito mútuo, reiterando o compromisso brasileiro de cooperar com a China em assuntos globais para defender os interesses do Sul Global.
Lula expressou otimismo sobre o impacto dessa parceria: "Tenho certeza de que o exemplo que Brasil e China estão dando hoje inspirará as gerações futuras, pois estamos mostrando que construir um mundo mais justo nos permitirá criar algo diferente do que aconteceu no século XX."

Destaques dos Acordos Firmados e Anunciados.
Os acordos abrangem diversos setores estratégicos, visando impulsionar o desenvolvimento econômico, tecnológico e sustentável do Brasil, além de consolidar a parceria de longo prazo entre as duas nações:
Energia e Sustentabilidade:
Criação de um laboratório no Brasil para pesquisas em energia eólica e hidrogênio verde.
Projetos integrados de geração renovável e irrigação em regiões agrícolas remotas.
Discussões sobre o fornecimento de bioetanol para produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Restauração de Vegetações e Sumidouros de Carbono.
Agronegócio:
Acordos na área de medidas sanitárias e fitossanitárias.
Memorando de entendimento sobre cooperação em agricultura familiar moderna e mecanização agrícola (2025-2030).
Protocolos para exportação de proteínas e grãos derivados da indústria do etanol de milho e farelo de amendoim, e de carne de aves do Brasil para a China.
Finanças:
Acordo de Swap de moedas locais entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China.
Memorando de entendimento sobre cooperação financeira estratégica.
Memorando de entendimento entre a Bolsa de Valores de Xangai e a B3 (ETF Connect).
Tecnologia e Inovação:
Acordo China Brasil sobre Inteligência Artificial, focado em pesquisas conjuntas, digitalização da indústria brasileira e capacitação técnica.
Acordo de cooperação técnica entre Dataprev e Sparkoo (subsidiária da Huawei) para construção de infraestrutura e serviços de dados de Inteligência Artificial.
Memorando de entendimento para o estabelecimento conjunto de um Centro de Transferência de Tecnologia.
Cooperação em áreas como indústria estaleira, insumos farmacêuticos, medicamentos, equipamentos médicos e vacinas, satélites e telecomunicações.
Infraestrutura:
Apoio chinês para projetos brasileiros de rodovias, ferrovias, portos e linhas de transmissão.
Plano de Ação de cooperação para o desenvolvimento sustentável da mineração (2025-2026).
Anúncio de investimentos em data centers.
Outras áreas:
Parceria estratégica para construir no Brasil uma plataforma industrial no setor de saúde, incluindo um centro de excelência em pesquisa e desenvolvimento de vacinas.
Intenção de montadoras chinesas de veículos elétricos em fabricar modelos no Brasil (ex: GAC Motors).
Anúncio de investimento da DiDi (dona da 99) no setor de delivery e construção de pontos de recarga para veículos elétricos.
Essa série de acordos e intenções demonstra o aprofundamento da parceria bilateral entre Brasil e China, com foco em resultados concretos que beneficiarão o desenvolvimento de ambos os países nas próximas décadas.
Referências:
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