A China inaugurou, em maio deste ano, a primeira linha comercial de monotrilho suspenso na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei.
A primeira fase operacional do projeto cobre uma distância total de 10,5 quilômetros e tem seis estações no Optics Valley of China, uma zona nacional de demonstração de inovação em Wuhan, de acordo com a Optics Valley Traffic Company, a operadora da linha. A velocidade máxima de operação do trem monotrilho é de 60 km por hora e os dois carros têm capacidade conjunta de 220 passageiros. O piso de vidro transparente oferece aos passageiros uma vista aérea da cidade.
A linha opera por 12 horas por dia, entre 8h e 20h, com um trem partindo a cada 10 minutos. Todo o processo de operação é totalmente automatizado e não requer intervenção humana, a menos que haja uma emergência.
Wang Kecheng, designer sênior da CRRC Qingdao Sifang, empresa envolvida no projeto, disse que o monotrilho usa vários amortecedores para aumentar a estabilidade dos vagões e oferecer aos passageiros uma viagem mais suave.
Os vagões são feitos de liga leve de alumínio para reduzir o peso e contam com um sistema de armazenamento de energia no volante, que converte energia elétrica em energia cinética para reutilização durante a frenagem, disse o projetista sênior.
Este projeto não é pioneiro. O primeiro monotrilho suspenso do mundo foi construído na cidade de Wuppertal, na Alemanha. Conhecido como Schwebebahn, esse sistema de transporte entrou em operação em 1901 e, surpreendentemente, ainda está em funcionamento até hoje.
Além da Alemanha outros países como o Japão também possuem monotrilhos suspenso. Este tipo de transporte é recomendado principalmente para cidades com relevo acidentado o que torna a construção de sistemas de transporte suspenso uma solução viável e sustentável além disso, um importante atrativo turístico.
Uma parceria entre Brasil e a China na área de transporte, para implantação de projetos de monotrilho suspenso pode ser uma opção interessante para atender à crescente demanda por mobilidade urbana, principalmente nas grandes cidades. A China, como um dos maiores fabricantes de equipamentos ferroviários do mundo, possui tecnologia avançada e capacidade de produção podendo apoiar e financiar projetos nesta área.
Um exemplo concreto dessa parceria é a entrega de trens chineses para o projeto de monotrilho da Linha 15-Prata em São Paulo, realizada em outubro deste ano. A Linha 15–Prata do Metrô é a única linha de monotrilho operando no Brasil. Quando totalmente pronta, contará com 26,6 km de extensão e 18 estações, ligando os distritos do Ipiranga e Cidade Tiradentes.
De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, o sistema traz diversas vantagens. Em primeiro lugar, o sistema utiliza a tecnologia driverless, ou seja, tem a operação autônoma sem a presença de condutor.
Além disso, opera em uma via elevada, de 15 a 20 metros de altura, a depender do trecho. Por fim, veículos são equipados com câmeras no interior dos carros, gravação de imagens, passagem livre entre os carros e ar-condicionado.
Este tipo de projeto pode contribuir para o desenvolvimento de regiões metropolitanas e cidades médias, promovendo a integração urbana e regional.
A parceria entre Brasil e China na área de monotrilhos suspensos, como a exemplificada pela Linha 15-Prata em São Paulo, demonstra o potencial de acelerar a modernização do transporte público no país. A tecnologia chinesa, aliada à demanda brasileira por soluções eficientes e sustentáveis, pode impulsionar a construção de sistemas de monotrilho em diversas cidades, oferecendo transporte rápido, confortável e de alta capacidade. No entanto, é crucial que essa parceria seja conduzida de forma transparente, priorizando a transferência de tecnologia, a geração de empregos e a minimização dos impactos socioambientais.
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