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Reunião Biden-Xi: Avanços na cooperação, mas desafios permanecem.

Atualizado: 23 de jan.


No dia 15 de novembro de 2023 os presidentes Joe Biden dos Estados Unidos e Xi Jinping da República Popular da China, se encontraram em Woodside, na Califórnia para um encontro às margens da reunião do G20.

No artigo dessa semana, vamos trazer o que foi conversado durante essa reunião e as perspectivas, na opinião da equipe da Lantau, sobre as relações Sino Americanas em 2024.


Visão geral


O encontro entre os presidentes Biden e Xi Jinping vinha cercado de opiniões controversas. Por um lado, tinham os que diziam que seria um ponto de inflexão na queda recente das relações bilaterais, enquanto um segundo grupo acreditava que não nenhum progresso significativo ocorreria.

O resultado está no meio termo entre as duas visões. Sem nenhum acordo sólido que indique uma reversão no estado ‘negativo’ das relações, Estados Unidos e China mostraram um tom de reconciliação nas declarações públicas, e concordaram em aumentar a cooperação em áreas de interesse mútuo.

A verdade é que uma acentuada nos atritos entre os dois países dificilmente é do interesse dos atuais líderes, ambos enfrentando dificuldades econômicas na retomada pós pandemia e com uma eleição presidencial em 2024, no caso dos Estados Unidos.

Biden não tem interesse no decoupling das economias, mas falhou em reverter as sanções e políticas adotadas pelo governo Trump com relação à China, um indicativo que tanto democratas quanto republicanos têm uma opinião unânime quando o assunto é a ascensão do país do meio.

Voltadas para restringir acesso dos chineses à tecnologia considerada sensível, as sanções serviram apenas para que a China acelerasse seus investimentos na construção do seu próprio parque tecnológico de microchips e outros equipamentos que antes eram importados.

Por outro lado, esperar uma análise pragmática do lado americano no seu trato com os chineses em um ano de eleição é uma atitude ingênua, dado que um presidente concorrendo à reeleição não pode ser visto como fraco em um dos únicos assuntos que são unanimidade nos lados do congresso.

Mas nem todas as perspectivas são negativas e agora vamos analisar os campos em que Estados Unidos e China encontraram common ground e concordaram em ampliar sua cooperação:


Combate ao tráfico de fentanil


China e Estados Unidos concordaram em aumentar os esforços para combate ao tráfico de drogas feitas à base de fentanil, um opióide forte, usado em anestesias e confecção de remédios analgésicos, ou os famosos painkillers, e que tem gerado constantes problemas de saúde pública recentemente nas grandes cidades americanas.

Uma agenda mais de interesse dos EUA do que do lado chinês, o comprometimento de Pequim nessa questão mostra uma certa boa vontade dos chineses em melhorar as relações, afinal é, no máximo, uma questão de interesse marginal sob o seu ponto de vista.


Retomada da comunicação militar


Um assunto importante foi o acordo na retomada de comunicações no âmbito militar das duas potenciais, algo essencial para que acidentes sejam evitados e mais um canal para diminuir os possíveis ruídos na comunicação bilateral.

Embora seja um passo na direção de redução dos atritos, isso não é uma novidade e não deve contribuir significativamente para melhora das relações.


Regulamentação de IA


Outro assunto debatido e com grandes implicações no nosso mundo contemporâneo foi como regulamentar o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA).

Nenhum país tem uma resposta para essa questão atualmente e pode ser de interesse mútuo para ambos incrementar seu nível de concertação nessa questão, uma vez que Estados Unidos e China também são os líderes isolados em P&D nesse campo.


Conclusões


Com sinais de apaziguamento das relações, não devemos esperar grandes melhorias entre Estados Unidos e China. O que podemos esperar, por outro lado, é um esforço mútuo de diminuição dos atritos, já que não é de interesse de ninguém uma derrocada das relações em um momento com aumento de conflitos internacionais.

Outro ponto de atenção é que Xi e Biden não devem se encontrar em 2024, já que historicamente, um presidente americano, concorrendo à reeleição, nunca se encontrou com um líder chinês.

A reação da China com relação ao resultado das eleições na ilha de Taiwan também deve ser incluída na lista de possíveis fatores para conflitos entre americanos e chineses.


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