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Crise Mundial de Semicondutores (chip)


Fonte: https://www.paulogala.com.br

A crise global de semicondutores, circuitos integrados (integrated circuits-IC) atualmente mais conhecidos como chip, está longe de acabar. A pandemia provocou a paralisação de diversas indústrias entre elas o segmento de tecnologia – os fornecedores de chip.


Com a adoção do trabalho remoto, a indústria viu aumentar a procura por notebooks, smartphones, tablets e não conseguiu acompanhar a demanda.


A atual escassez global de semicondutores tem impactado mercados de smartphones, televisores, eletrodomésticos e até o setor automotivo.


Há 15 dias a fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo – SP teve que dar férias coletivas a seus funcionários por falta de circuitos, para finalizar os carros.


A crise é mundial e no meio dela uma guerra comercial entre Estados Unidos e China para autossuficiência de semicondutores e não depender fortemente de importações. O ex-presidente Donald Trump restringiu gradualmente a venda de chips produzidos nos Estados Unidos para alguns compradores chineses, o que fez com que empresas de tecnologia do país passassem a estocar chips.


“As empresas chinesas estão estocando chips por até seis meses, e assim interromperam todo o sistema, segundo o vice-presidente da Huawei, Eric Xu.”


As dificuldades não param por aí. No Japão a produção foi interrompida por conta de um incêndio em uma fábrica, nos Estados Unidos a produção foi paralisada por conta do frio extremo. Taiwan, que é um importante polo de produção de semicondutores, ameaça reduzir a fabricação devido a uma forte seca que atinge o país atualmente e o processo precisa de grandes quantidades de água.


Para Pequim a autossuficiência se tornou uma prioridade, explicitada no 14º Plano Quinquenal da China - 14th Five-Year Plan (FYP) (2021-2025). Mas como o país continua fortemente dependente de importações para satisfazer a demanda doméstica, continua vulnerável a sanções contra chips produzidos com tecnologias americanas.


Um relatório no início do mês de junho mostra que o número de empresas relacionadas a chips recém-registradas na China chegou a 15.700 nos primeiros cinco meses do ano, mais que o triplo do número no mesmo período em 2020. Este aumento se deu devido aos investimentos no setor, subsidiados e incentivados por Pequim.


Segundo dados do National Bureau of Statistics, a China produziu no primeiro semestre 171,2 bilhões de circuitos integrados, um aumento anual de 48,1%. Mesmo com a produção recorde, a China sozinha continua insuficiente para atender à demanda local de semicondutores. Nos primeiros seis meses do ano, a China importou mais de 310 bilhões de chips, um aumento de 29% em relação ao mesmo período em 2020, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas. Somente em junho, a China importou 51,9 bilhões de unidades de semicondutores, quase o dobro da produção doméstica do país.


Embora os fabricantes de chips da China não sejam capazes de produzir grandes volumes de chips avançados de nó de 14 nanômetros ou menores - que são usados ​​em dispositivos como os iPhones mais recentes - eles podem produzir chips usando tecnologias de IC para eletrodomésticos e carros.


A produção de automóveis na China despencou 13,1 % em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior, para pouco mais de 2 milhões de unidades, quase o mesmo número produzido em maio, em meio à escassez de chips projetados para uso em carros. No entanto, as montadoras voltaram seus investimentos nos carros elétricos. A produção de veículos elétricos (NEV – New energy vehicle) aumentou 135,3%, para 273.000 unidades no mês passado.


A empresa Wise Road Capital, com sede em Pequim ficou sob os holofotes depois de anunciar sua intenção de comprar Magnachip Semiconductor da Coréia do Sul, uma das maiores produtoras de chip na atualidade, por US $ 1,4 bilhão. O negócio causou espanto em Seul e Washington, com a intervenção do Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS).


A Magnachip disse que o negócio não exige escrutínio dos EUA, já que suas operações são principalmente na Coréia do Sul, enquanto quase todas as suas vendas e funcionários estão na Ásia e na Alemanha. No entanto, a empresa está listada na Bolsa de Valores de Nova York, o que dá ao CFIUS motivos para examinar o negócio.


Michael Zhang, o sócio fundador do fundo Wise Road Capital disse estar esperançoso que o negócio seja aprovado. Embora o fundo seja privado, isso seria uma grande alavanca para a auto suficiência na produção de semicondutores na China. Aguardar para ver os próximos capítulos.

 

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