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3 Destaques para a cúpula dos BRICS de agosto.


Fonte: Deposit

Entre os dias 22 e 24 de agosto ocorrerá a XV Cúpula dos BRICS, em Joanesburgo, na África do Sul, mas o que pode se esperar desse evento no contexto geopolítico atual?

Primeiro um breve histórico: os BRICS são um grupo formado em 2006 por Brasil, China, Índia e Rússia. Na ocasião da sua constituição, a África do Sul ainda não fazia parte, vindo a integrar a sigla em 2010. Com reuniões anuais realizadas desde 2009, os BRICS cada vez mais vem se tornando uma organização paralela às Nações Unidas, com seu próprio banco de investimentos, regras e objetivos.

Assim como a Organização para Cooperação de Shanghai, ASEAN entre outras, os BRICS são um dos pilares centrais no novo mundo multipolar que, aos poucos, começa a tomar os palcos internacionais e ter um papel cada vez mais central na geopolítica global.

Para um panorama mais aprofundado sobre o histórico dos BRICS, acesse o nosso artigo específico sobre esse tema, mas falando especificamente da cúpula deste ano, o que podemos esperar?


1 - Ausência de Vladimir Putin.


Em um imbróglio diplomático que se estendeu por semanas sobre a presença ou não do presidente russo Vladimir Putin, foi comunicado, no mês passado, que o mesmo não comparecerá ao evento, sendo representado por seu Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

Devido a um mandado de prisão emitido pela ICC (International Criminal Court) por crimes de guerra alegadamente cometidos durante a operação militar especial na Ucrânia, o governo sul-africano seria, em teoria, obrigado a prender Putin no momento de sua chegada ao país, por ser signatário da ICC.

Embora tenha havido uma série de protestos contra a prisão de Putin por parlamentares e lideranças da África do Sul, isso criou uma situação extremamente complicada para o Presidente Cyril Ramaphosa que acabou chegando em um acordo com o presidente russo para que ele não comparecesse ao evento.


2 - Processo de entrada dos novos membros


Já é de amplo conhecimento que existe uma espécie de “fila de espera” para entrada nos BRICS, em uma espécie de BRICS+ (assim como a OPEP+), aumentando a representatividade da instituição e comprovando seu crescente apelo com outras nações do Sul Global.

O NDB já conta com países membros que não fazem parte dos 5 originais e isso deve ocorrer também com os BRICS.

Países como Argentina, Argélia, Irã e Arábia Saudita estão entre os mais interessados na adesão à sigla, o problema, entretanto, é a falta de um processo de entrada claro, além de um potencial receio dos dois membros politicamente mais fracos dos BRICS, Brasil e África do Sul, em perder relevância com a entrada de novos players estratégicos

Como a expansão do bloco é tida como inevitável na reorganização dos centros de poder que vemos hoje se concretizar no mundo, o formato e processo de entrada dos novos membros deverá, seguramente, ocupar lugar central na agenda da cúpula de 2023.


3 - Evolução na adoção da moeda comum


Outro assunto importante a ser debatido pelas lideranças será os próximos passos para criação, adoção e implementação de uma moeda comum entre os países membros, que diminua a importância estratégica do dólar americano nas transações internacionais.

Assim como mencionamos no artigo sobre a adoção da moeda chinesa para transações bilaterais - YUAN, ainda existe muita especulação e pouca certeza sobre esse assunto. O maior desafio é o estabelecimento do arcabouço legal e financeiro necessário para adoção de uma nova moeda.

Uma das possibilidades seria que ela fosse lastreada em ouro ou commodities, ambos recursos “neutros” e que os países membros possuem em abundância, mas o certo é que, embora as conversas ainda estejam nos estágios iniciais, esse assunto tem tido, e seguirá tendo, uma importância crescente e isso deve ser visto novamente na XV Cúpula dos BRICS.



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